Antonielle Loures Grillo da Silva

A exatamente 26 anos atrás em uma cidadezinha do interior sem recurso algum no estado do Rio, nascia minha princesinha.

Fui toda feliz para o hospital, pois não sabia o que me esperava para frente.

Pois bem cheguei no hospital as 7:00h da manhã e por volta das 8:30h entrei para sala de cirurgia, às 9:00h ela nasceu, e quando tirada da minha barriga os médicos me mostraram ela encolhida e, muito rápido, já levaram ela dali.

Achei estranho, mas como eu era marinheira de primeira viagem fiquei quieta. Eles terminaram a cirurgia e a levaram para o quarto e, quando foi por volta das 13 horas, o médico entrou e me contou – eu fiquei com muito medo e uma tristeza imensa no coração.

Ai trouxeram ela para ficar comigo. Uma meninha linda, branquinha, corada e muito comportada: desde o nascimento nem chorava.

Saindo do hospital, começou a nossa incansável luta pela vida dela, eu e meu marido. Recebemos muitos diagnósticos e o primeiro médico já jogou logo um banho de água fria em nós, dizendo que era muito complicado o caso dela e que ele não arriscaria, e que custava muito dinheiro para fazer particular.

Bom, saímos dali desafinados, sem rumo pra onde ir, como procurar um médico na cidade grade do Rio de Janeiro e sem recurso.

Mas Deus sempre nos ajudou, e conseguimos um médico que aceitou e a operou depois dos incansáveis 20 e poucos dias de nascida – e eu, sem resguardo, andando pra cima e pra baixo.

Mas fomos felizes, e ela foi operada com sucesso.

Dali em diante, passamos por muitas situações financeiras difíceis a ponto de não ter condições de continuar levando ela para a continuidade do tratamento. Passaram-se 5 anos e nos mudamos para o Estado de São Paulo, e conseguimos um novo segmento de tratamento com o Dr Amilcar Giron.

Dali em diante foram só benção e sucesso as operações. Sem contar na criança alegre e feliz que ela foi. Ela foi uma dama, nunca me deu trabalho, sempre muito educada, compreensiva e nunca reclamou do problema. Nunca a trarei como uma criança diferente. Ela sempre fez tudo que uma criança normal faz.

E depois de todo o nosso sofrimento, em todos os sentidos, veio a grande benção: ela vai ser médica e vai ajudar muitas crianças com o mesmo problema.

Deus é perfeito e não dá nada que não possamos suportar.